Maia vai ter a maior Unidade de Cuidados Continuados Integrados do país

O Município da Maia vai receber a maior Unidade de Cuidados Continuados Integrados (UCCI) de Portugal. O projeto privado da STGT Projects, desenvolvido ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), foi apresentado, esta terça-feira, no Salão Nobre dos Paços do Concelho.
Este projeto privado, representa um investimento superior a 20 milhões de euros, sob a chancela da STGT Projects. A inauguração está prevista para o dia 1 de julho de 2026. É um prazo ambicioso, contudo o administrador da empresa, José Teixeira, acredita ter encontrado o parceiro “com a experiência necessária para que esse prazo se possa cumprir”.
Com capacidade para 330 camas, a STGT Projects Maia vai ser a maior UCCI do país, e contempla três tipologias de camas – Unidades de Longa Duração e Manutenção – 264 camas, Unidades de Média Duração e Reabilitação – 33 camas e Unidades de Convalescença – 33 camas.
A unidade vai envolver a contratação de uma equipa de cerca de 350 colaboradores, dos quais 250 profissionais de saúde. Entre os trabalhadores de apoio incluem-se administrativos e rececionistas, cozinheiros e auxiliares de cozinha, técnicos de manutenção, jardinagem, e equipas de limpeza e de segurança.
O Presidente da Câmara Municipal da Maia, António Silva Tiago, destacou a importância deste projeto para a região: “A criação desta unidade representa um passo significativo na melhoria da resposta às necessidades da população no que respeita aos cuidados continuados integrados. Com esta infraestrutura, estamos a reforçar a capacidade assistencial, garantindo um serviço de excelência e contribuindo para uma sociedade mais justa e inclusiva.”
Além da relevância assistencial, o autarca sublinhou ainda a aposta na qualidade e conforto para os utentes: “Este projeto demonstra um compromisso claro com a dignidade das pessoas, desde o cuidado prestado até às condições arquitetónicas que garantem o bem-estar dos utentes. É, sem dúvida, um investimento estratégico para o futuro da Maia e da saúde em Portugal.”
A Secretária de Estado da Saúde, Ana Povo, reforçou a necessidade de expandir a capacidade instalada da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), alertando para o impacto da falta de investimento nos últimos anos. “O recente relatório da auditoria do Tribunal de Contas é claro ao indicar que, em 17 anos, a Rede Nacional não atingiu as metas estabelecidas aquando da sua criação em 2006. A insuficiência de respostas nesta rede tem sido a principal causa de internamentos prolongados nos hospitais, sobrecarregando o SNS e dificultando o acesso a cuidados adequados”, afirmou.
Para a governante a UCCI da Maia “desempenhará um papel crucial, permitindo uma resposta holística e integrada entre todos os níveis de cuidados, promovendo a autonomia e a reintegração social e familiar dos utentes”.
Infraestruturas Modernas e Sustentáveis
O projeto de arquitetura foi concebido para oferecer máximo conforto e segurança aos utentes. A unidade será equipada com tecnologia de última geração, promovendo um atendimento de excelência e soluções inovadoras no acolhimento e recuperação dos utentes.
Em linha com as preocupações ESG (Environment, Social and Governance), a construção desta unidade seguirá as melhores práticas internacionais de certificação em sustentabilidade (BREEAM/ LEED/ WELL).
A Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados é uma rede de prestação de cuidados de saúde e apoio social de forma continuada e integrada a pessoas que se encontrem em situação de dependência. Os Cuidados Continuados Integrados estão centrados na recuperação global da pessoa, promovendo a sua reabilitação, autonomia e melhorando a sua funcionalidade, com vista à sua reintegração sociofamiliar.
Com 330 camas, a STGT Projects Maia representa um forte reforço da capacidade do setor dos cuidados continuados na região Norte, contribuindo para colmatar a necessidade urgente de mais respostas na prestação de serviços de saúde e assistência social, com particular destaque para a prevalência de camas destinadas aos cuidados de longa duração e manutenção, na qual existe maior insuficiência de vagas.
Este projeto reflete a expansão e modernização da rede de cuidados de saúde, assegurando um futuro mais sustentável e acessível aos cidadãos e contribuindo para a melhoria do Serviço Nacional de Saúde (SNS).