Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril
Foi ao som das duas bandas filarmónicas do concelho – Banda Marcial de Gueifães e da Banda de Música de Moreira da Maia que começaram, na Praça do Município, as comemorações do 50.º aniversário do 25 de abril.
Logo depois da atuação, na Praça Doutor José Vieira de Carvalho, foram hasteadas as bandeiras, assinalando o Dia da Liberdade, feriado nacional. Num gesto simbólico, o Município convidou dois dos munícipes nascidos a 25 de abril de 1974 a transportarem as bandeiras.
Já no Salão Nobre dos Paços do Concelho decorreu a sessão solene da Assembleia Municipal da Maia, com intervenções dos partidos com representação no órgão deliberativo. A primeira intervenção foi do Presidente da Câmara Municipal da Maia. Se António Silva Tiago tivesse que eleger a mudança mais importante que emanou da Revolução dos Cravos, escolheria, “sem hesitar”, o fim da discriminação baseada no género, “que contribuiu decisivamente para a transformação social e política de Portugal”.
“As mulheres enfrentavam discriminação no acesso em educação, ao emprego e à participação política”. A Constituição de 1976, nascida de um parlamento eleito democraticamente por sufrágio universal, recordou o autarca da Maia, “acabou com esse anacronismo, reconhecendo as mulheres como cidadãs plenas e proibindo a discriminação de género”.
“Foi o início de uma nova era de possibilidades para as mulheres se afirmarem como indivíduos autónomos e livres e libertou todo um potencial de transformação e desenvolvimento económico social que mudou Portugal para sempre”.
Ao olharmos para trás, é imperativo olhar para frente, “com a determinação de continuar a construir um Portugal que honre o legado daqueles que lutaram pela nossa liberdade”.
Segundo António Silva Tiago, apesar dos muitos avanços que foram conquistados, por exemplo na saúde e na educação, “muito ainda há a fazer”. “Subsistem ainda teimosos desequilíbrios que nos devem envergonhar, o maior dos quais é a Pobreza, que ainda é uma realidade para uma parcela significativa de portugueses, apesar de vivermos tempos de relativa abundância”.
Esta realidade, adianta, tem particular incidência na população envelhecida, “que vive desamparada e indefesa, à mercê da fragilidade da sua condição”.
Para o Presidente da Câmara Municipal da Maia, é fundamental preparar o futuro e encarar os desafios que ele nos coloca.Na Maia, “todos os dias, se antecipa e se molda esse futuro”. “Todos os dias lançamos novos projetos e concretizamos novas realizações. O pensamento e a ação de muita gente conjugam-se, em permanência, para valorizar as pessoas e o território, cuidando e amparando os mais frágeis; preparando os mais novos para as realizações pessoais e coletivas; projetando e concretizando o território para ser agente facilitador da criação de riqueza virtuosa e promotor da felicidade das pessoas”.
Já o Presidente da Assembleia Municipal da Maia, António Bragança Fernandes, acredita ser consensual, que “é preciso aprofundar e melhorar a forma como cada cidadão, individual e coletivamente considerado, afirma e põe em prática o seu entendimento e convicções políticas, traduzindo-as no diálogo e na participação cívica na vida da comunidade a que pertence”.
A evolução da qualidade da nossa Democracia depende, no seu ponto de vista, desta consciência cívica. “Estou certo que esse é o caminho para incrementarmos a Democracia participativa”, acrescentou.
Do programa fez, ainda, parte as atuações do Ensemble de Guitarras do Conservatório de Música da Maia e do Coral Infantil Municipal Pequenos Cantores da Maia, que encerrou estas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril.
Fotografia: Mário Santos / CM Maia