Lançada a 1.ª pedra do Sobreiro 58
Edifício de habitação social acessível e energeticamente eficiente
A Ministra da Habitação, Marina Gonçalves, e o Presidente da Câmara Municipal da Maia, António Silva Tiago, assinalaram, esta sexta-feira, o lançamento do novo empreendimento de habitação “Sobreiro 58”.
O “Sobreiro 58” é o primeiro novo edifício de habitação pública, comparticipado pelo Programa 1.º Direito / PRR, que concretiza a Estratégia Local de Habitação da Maia e o acordo de colaboração celebrado entre o Município e o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU).
“A Câmara Municipal estuda os problemas e procura solucioná-los de forma pragmática, planeando, projetando e executando os seus programas, olhando para todas as possibilidades de solução, de forma positiva e construtiva. E foi deste modo que encaramos o 1º Direito, avaliando precisamente todas as possibilidades que este instrumento político nos poderia proporcionar para avançarmos com soluções concretas para dar resposta às necessidades de habitação acessível no nosso território”, afirmou o presidente António Silva Tiago.
O autarca da Maia recordou a experiência da autarquia na utilização do PER – Programa Especial e Realojamento, na década de 90. “Construímos centenas de habitações acessíveis, dignas e de qualidade, onde eu, ou qualquer um de nós poderíamos viver, com comodidade, conforto e sem qualquer constrangimento, concretizando a divisa de que somos uma comunidade onde todos contam e são importantes e onde todos são responsáveis por todos”.
Já a Ministra Marina Gonçalves sublinhou o papel de “verdadeiro” parceiro que a Câmara Municipal da Maia tem desempenhado. “A Maia tem um papel importante porque ‘desenha cidade’ de forma integrada e a olhar para as pessoas e só assim a estratégia será viável nos territórios se tivermos quem desenhe uma estratégia ambiciosa e que não deixe as pessoas de fora”.
Implantado na margem nascente da Rua Central do Sobreiro, o novo edifício integra 58 habitações – 28 T1 com uma só frente, 18 T2 e 2 T3 nos topos.
Vai ter 5 pisos acima do solo, estando o piso térreo ligeiramente elevado em relação à cota do passeio da Rua Central do Sobreiro, 1 piso semienterrado destinado a arrumos / arrecadações e espaços de uso do condomínio e 1 piso abaixo do solo, que se destina a garagem e áreas técnicas do edifício.
Ao nível térreo, para além de 10 frações habitacionais, existem duas entradas no edifício com acesso comum através de passadiço sobrelevado em relação ao solo, de betão, paralelo ao passeio, com acesso por rampa e escada, em dois extremos opostos.
A cobertura do edifício integra painéis fotovoltaicos dispostos em conjuntos de dois painéis.
O Sobreiro 58 é um edifício de habitação coletiva, totalmente acessível e energeticamente eficiente, com o estatuto NZEB+20%, isto é, “Nearly Zero Energy Building”, em que a energia consumida pelo edifício deve equivaler praticamente à energia produzida ou disponibilizada pelo mesmo, implicando maiores exigências, quer na resistência térmica da envolvente construída, quer na necessidade de produção própria de energia renovável e eficiência energética de todos os seus equipamentos.
É uma espécie de “projeto-piloto” suscetível de replicação com adaptações noutros projetos de promoção de nova habitação pública.
Trata-se de um projeto que visa suprir carências habitacionais, não só numa perspetiva de eliminação dos problemas de habitação “indigna” mais recorrentes, de salubridade ou de degradação construtiva, mas também e em particular numa conceção de “indignidade” relacionada com a resposta a questões de desadequação física e espacial do edificado, ao nível da acessibilidade a pessoas com mobilidade reduzida e da habitabilidade por uma população desfavorecida e muito envelhecida.
A construção do edifício pressupõe um arranjo urbanístico da envolvente, registando-se as principais alterações na parte posterior, onde se prevê o reperfilamento de uma via em impasse com acesso à garagem comum do edifício, através de uma rampa e a provisão de lugares de aparcamento exterior.
A obra tem um prazo de 28 meses e a empreitada representa um investimento de 8.2M€. A comparticipação a fundo perdido contratualizada com o IHRU é de cerca de 95%.
Fotografia: Mário Santos / CM Maia