Mulher mais velha da Maia completou 104 anos
Albertina Ferreira da Silva completou, esta quarta-feira, dia 3 de maio, 104 anos de vida. A chegada a esta bela idade vale-lhe o título de mulher mais velha da Maia e mereceu uma visita do Presidente da Câmara Municipal. António Silva Tiago levou-lhe um ramo de flores, que a senhora apreciou, deu-lhe os parabéns e recordou com as filhas e o irmão algumas histórias da família.
Albertina chegou a vender chapéus e gamelas. E até recordou ao autarca o pregão com que convencia os clientes a comprar. Começava com “gamelas e gamelões…”. Mas o peixe foi o seu principal sustento, durante muitos anos. Chegou a ir a Angeiras duas vezes por dia para comprar peixe. “Às vezes, chegava a Gemunde, já tinha vendido o peixe todo e voltava à lota para ir buscar mais peixe”, conta a filha, Deolinda Maia.
Albertina teve seis filhos, a mais velha tem 80 anos. Depois, vieram os netos, que são 10, os bisnetos, que são 15, e os trinetos, que são 10. Quando Albertina completou 100 primaveras, fizeram uma grande festa e juntaram a família toda. Agora, nos 104, as comemorações foram acontecendo à medida que os familiares e amigos foram passando pela casa, em S. Pedro de Avioso, onde vive há 65 anos. “A família já não está completa, há sempre alguém que falta”, lamenta a filha.
Há cinco anos, quando o marido faleceu, Deolinda queria levar a mãe para sua casa, na Vila do Coronado. Mas nada, nem ninguém tirou Albertina do seu espaço. Por isso, foi Deolinda quem acabou por deixar o conforto do seu lar para cuidar da mãe.
Albertina teve oito irmãos, três ainda estão vivos e um deles, Artur, esteve ao seu lado, no dia do aniversário. Daqui a cerca de um mês, Artur faz 94 anos, “se Deus quiser”, afirma prontamente. As outras irmãs têm 92 e 88 anos. São gente de fibra, sublinham as filhas de Albertina. Os nomes dos irmãos, a senhora já não recorda, mas quando lhe perguntam o nome dos pais, a resposta é rápida: “Rosalina e Artur”.
Sentada na sua poltrona gosta de assistir televisão. Gosta de tudo o que tenha música animada. Gosta do Preço Certo. Mas também segue atenta o telejornal e facilmente reconhece o Presidente da República e o Primeiro Ministro.
E se o facto de chegar às 104 primaveras não fosse suficiente para contarmos a história de Albertina, ainda podemos acrescentar que chegou a esta bela idade e não toma um único medicamento.