Prazos de execução do PRR são “completamente utópicos”
O Tecmaia acolheu evento “PRR – Portugal 2030”
O Presidente da Câmara Municipal da Maia, António Silva Tiago, participou, esta sexta-feira, 24 de março, no Tecmaia – Parque de Ciência e Tecnologia. na sessão de boas vindas do evento “PRR – Portugal 2030”, onde partilhou o seu ponto de vista sobre a execução do plano e os prazos que considera “utópicos”.
Expressando a sua satisfação pela escolha do local para a realização do encontro, o TecMaia, “o coração de um ecossistema empresarial forte, dinâmico e vibrante” para o qual, os assuntos a ser abordados são, “certamente, da maior relevância”, o Presidente da Câmara da Maia, António da Silva Tiago, focou-se nos problemas comuns às autarquias e às empresas na aplicação do PRR.
O autarca da Maia considera os prazos de execução do PRR “completamente utópicos”. “Coloca Portugal diante uma missão, que à luz da realidade conjuntural do Mundo de hoje, é irrealista e impossível de cumprir”, justificou.
As circunstâncias geoestratégicas, políticas e económicas da Europa e do Mundo, tornaram a recuperação económica e social, um desafio que exige “muito mais do que resiliência”. “Refiro-me desde logo, à necessidade de tornar a organização do Estado mais eficiente e menos enredada em teias de burocracia inútil, redundante e que serve para pouco mais do que produzir desperdício de recursos”, acrescentou António Silva Tiago.
O edil da Maia considera o PRR um instrumento cuja excecionalidade precisa de regras simplificadas e mecanismos de controlo da sua execução que facilitem a agilização dos processos, “para que os entes públicos e privados possam em tempo útil, até 2026, planear, candidatar e executar os projetos que se podem abrigar no financiamento provindo da “bazuca” europeia”.
António Silva Tiago ressalvou, ainda que se para as grandes organizações os processos do PRR são complexos e morosos, “tornam-se incomportáveis para a realidade das PME’s, comprometendo a sua participação e benefício da ‘bazuca’.
A não haver alterações nos procedimentos, afirmou as suas dúvidas “que tenhamos possibilidades de executar tantas dezenas de milhares de milhões de euros num, tão exíguo espaço de tempo, face à conjuntura e aos constrangimentos do modelo de organização do Estado Português”.
Ainda na sessão de abertura, o Vice-Presidente da APD Portugal, Couto dos Santos, pediu aos decisores políticos para que mudem o discurso quando falam aos empresários. “Gostaria de ver um quadro estratégico claro, definindo aquilo a que se dá prioridade”, referiu.
A iniciativa, organizada pela APD – Associação para o Progresso da Direção de Empresas, juntamente com a Deloitte Portugal, e dirigida a empresários, administradores, diretores e gestores, teve como intuito promover esta oportunidade única que vai permitir transformar Portugal e apoiar projetos que contribuam para o crescimento económico do país, melhorando a competitividade em Portugal.
Importa acompanhar como e quando é que as empresas podem ter acesso as estas verbas e quais os principais requisitos que as mesmas terão de cumprir para beneficiar dos diversos sistemas de incentivos.
O enfoque, avançou o presidente da Missão Recuperar Portugal, Fernando Alfaiate, deverá ser em investimentos no domínio da transição digital, transição climática, diversificação e inovação e produção de bens e serviços transacionáveis e internacionalizáveis, no quadro de fileiras produtivas e de cadeias de valor mais alargadas e geradoras de maior valor acrescentado.