Escultura “Ternura” é uma homenagem à sabedoria da idade
O Presidente da Câmara Municipal da Maia, António Silva Tiago, inaugurou este sábado, dia 25 de junho, no Parque de Calvilhe, em Milheirós, a escultura “Ternura” da autoria de Ilídio Fontes.
A obra de arte ficou enquadrada num arranjo urbanístico no gaveto da Rua Central de Milheirós com a Rua do Bacelo, voltada para a escola primária. Foi assim que o escultor, natural de Milheirós, a quis e foi assim que a Câmara Municipal a colocou, contou o autarca aos presentes.
Para António Silva Tiago foi uma sorte para o Município ter o Ilídio Fontes como natural desta freguesia, tal como ele é. O autarca recorda que o escultor tem feito várias obras no concelho, e são da sua autoria os colares institucionais que o executivo usa em momentos solenes. “É um artista de mão cheia e com esta escultura, que tem uma história, a Maia e nós ficamos mais ricos”. “Tem aqui uma belíssima obra de arte, que tem um valor sentimental muito forte para todos nós, com sentimentos que nos enchem o coração e a alma”.
Parco em palavras e com a voz um pouco embargada pela emoção, o escultor contou que a sua ideia foi homenagear uma idade “cheia de sabedoria, sofrimento, que é chamada de terceira idade”. A ternura, continuou, traduz “amor, respeito, compreensão, carinho, foi isto que eu vi e continuo a ver em muitos casais que me rodeiam. É aquilo que eu sinto, no momento presente, em relação à minha companheira”.
Ilídio Fontes nasceu em Milheirós, na Maia, em 1938. Formou-se em escultura na Escola de Belas Artes do Porto onde teve como professores Barata Feyo e Dórdio Gomes. Foi professor do ensino secundário e realizou um estágio de Design Industrial dirigido pelo arquiteto italiano Sergio Asti. Foi um dos diretores da Escola Secundária Soares dos Reis e, para além da escultura pública, apresenta várias obras em espaços interiores, dedicando-se à medalhística e à arte sacra.
Sobre a Escultura
Diz o escultor que as figuras de “Ternura” são, antes de mais, símbolos.
“Imagens que representam um certo estado, o de um doce relacionamento entre indivíduos. As duas pessoas retratadas se posicionam de forma reta, costas rijas e, no caso da mulher, olhar perdido no horizonte. Mas apesar de tal aparente disciplina, o descontraído toque dos joelhos, o entrelaçamento despreocupado das mãos e o olhar adorador do homem para a sua companheira só consegue transmitir ternura nascida de um afeto de anos.
Esta obra retrata um sentimento; ela é, de certa forma, uma homenagem ao terno laço de devoção só concebido no descontraído apego entre dois que se conhecem e se amam há anos. As figuras são uma efígie a esse sentimento, ternura.”