ETAR de Parada vai receber melhoria de 1,2 milhões de euros

Foi adjudicada a construção de decantador secundário e de um sistema mecânico de desidratação de lamas.
As obras, que terão uma duração previsível de perto de um ano, irão permitir ampliar a capacidade de tratamento de águas residuais da estação e preparam infraestrutura para poder, num futuro próximo, efetuar o designado tratamento terciário dos efluentes.
O tratamento terciário consiste na remoção dos nutrientes (fósforo e azoto que potenciam a eutrofização das águas) e a desinfeção bacteriológica da água que, depois de tratada na ETAR, será devolvida ao rio Leça, com qualidade suficiente para poder ser até usada na agricultura ou em regas de jardins.
António Silva Tiago, presidente da Câmara da Maia declarou, a propósito do investimos, “A nossa ambição é que a ETAR de Parada possa fazer também, num futuro mais ou menos próximo, o tratamento terciário das águas residuais do concelho, o que ainda é muito raro nos sistemas públicos de tratamento de esgotos de Portugal. Este é um passo também, nesse sentido.”
Desde 1992 que a ETAR de Parada, um projeto pioneiro na altura, apoia uma parte significativa da bacia hidrográfica do rio Leça, tratando os efluentes de cerca de 75% do concelho da Maia e de uma grande parte da freguesia de S. Mamede Infesta, do concelho de Matosinhos.
A ETAR de Parada abrange um total de mais de 80 000 habitantes, tratando um caudal médio de 18 000 m3/dia.
Para além do tratamento das águas residuais propriamente ditas, a ETAR de Parada procede igualmente à reciclagem das lamas produzidas no processo de tratamento, sendo estas submetidas a um processo de transformação por microrganismos sem oxigénio (digestão anaeróbia) após o seu espessamento.
A lama após digestão anaeróbia é desidratada e enviada para a Estação de Compostagem de Lamas contígua à ETAR. Nesta instalação é produzido um correctivo orgânico denominado Agronat, que resulta da compostagem conjunta (co-compostagem) dos biosólidos-lamas com casca de pinheiro moída em condições controladas.
O composto resultante é 100% natural, higienizado, inodoro, com elevado conteúdo de substâncias húmicas, que pode ser armazenado e manipulado sem quaisquer problemas e que tem funções altamente benéficas para a formação e fertilidade dos solos.
Na ETAR de Parada procede-se igualmente ao aproveitamento do biogás produzido na estação para gerar electricidade, tendo como um dos objectivos conseguir a autosuficiência energética. O biogás acumulado é utilizado como combustível no queimador das caldeiras com água destinada a aquecer as lamas ou, alternativamente, alimenta dois grupos geradores que produzem energia eléctrica.
Recorda-se reportagem sobre a ETAR de Parada emitida pelo Porto Canal em 2016.